" (...)
Cantando amor, os poetas na noite
Repensam a tarefa de pensar o mundo.
E podeis crer que há muito mais vigor
No lirismo aparente
No amante Fazedor da palavra

Do que na mão que esmaga."

Hilda Hilst

Se gostou, volte sempre!!!!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

OS VERSOS COLHIDOS DOS SÓIS...

"

E
S
P
E
R
o Aquela que há de vir,
Surgida das névoas
Dos tempos primeiros;
Mais primeiros e imemoriais,
Aquela, das trevas primitivas,
Que há de chegar,
Meio miração, meio miragem
Dos que se miram na ação
E dormem, e mortos nascem
Nos desenhos e olhos,
Do cipó feito jibóia.
E, dos sonhos de ervas,
saída.


Onde o canto dos pássaros?
Onde a ópera dos grilos, e a ode dos sapos?
e a ventania que a folha não farfalha?


Ouvi! Atentai!
Aquela, última-primeira,
É agora, dos idos das eras
E do escuro das névoas, já
chegada.
E chegando traz flores feito sorriso,
E caiçuma de astros,
E se entrega, feito poesia
na cuia de seu corpo,
onde, minha alma, há de beber
a liberdade, até embriagar-se
de utopia e sóis."

Miguel Jorge Silva  /070911

Um lindo amigo da cultura indígena. Amei essa forma de fazer poesia utilizando os elementos da natureza de uma forma tão pura, buscando saciar a sede direto da fonte, mina d'água absurdamente límpida que até constrange... Um lirismo exuberante! Obrigada, querido!!!

4 comentários:

  1. Lou,
    Adorei o poema de Miguel Jorge Silva, obrigado pela partilha.

    Beijo :)

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  2. Realmente um poema lindo, que nos transporta a imagens que guardamos dentro de nós sem nos darmos conta, uma viagem ao paraíso natural que cada um conheceu e construiu, fora e dentro de si.

    Ótimo domingo e excelente semana para ti!
    Beijos!

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  3. Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos, um filme mais ou menos ,um livro mais ou menos.
    Tudo perda de tempo.
    Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoraçao ou seu desprezo.
    O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia.

    (trecho de O Divã)
    Martha Medeiros

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