" (...)
Cantando amor, os poetas na noite
Repensam a tarefa de pensar o mundo.
E podeis crer que há muito mais vigor
No lirismo aparente
No amante Fazedor da palavra

Do que na mão que esmaga."

Hilda Hilst

Se gostou, volte sempre!!!!

quarta-feira, 31 de março de 2010

A AYAHUASCA (DAIME): UM RITUAL ANCESTRAL NO BANCO DOS RÉUS






Entrem no link do título e vejam como a imprensa está apresentando a AYAHUASCA ao público. Como sempre, o sensacionalismo impera e a verdade fica um tanto obliterada pelos interesses mercadológicos de se venderem mais exemplares de revistas e jornais.

Há um certo tempo, um grande amigo, consumidor assumido de CANNABIS, disse-me: "eu não me contamino com a maconha; é a maconha que se contamina comigo".

Penso que com a ayahuasca ocorre mais ou menos a mesma coisa. As pessoas é que, ao tomarem o chá, levam suas insatisfações, agressividades, neuroses, conflitos existenciais, medos, temores, ansiedades, angústias, raiva...o que faz com que ao expandir a percepção, acabam também expandindo os aspectos negativos da própria personalidade que de alguma forma já estava doente antes de se ingerir o psicotrópico.

Por isso, considero de suma importância que haja uma "preparação prévia" antes do uso de qualquer psicotrópico. A pessoa precisa ter a consciência que deve estar emocional e espiritualmente preparada para tal "viagem" a esse extraordinário universo da percepção sensorial, psíquica, intelectual e emotiva; sem necessariamente haver uma conotação religiosa, mas considero imprescindível o acompanhamento por um profissional que tenha conhecimento sobre tais experimentações e as implicações disso.

Nesse caso, o acompanhamento de um terapeuta que trabalha e pesquisa essas experiências subjetivas há um certo tempo torna-se necessário e relevante para que as mesmas alcancem o seu objetivo que é o da expansão da percepção do mundo, da vida e de nós mesmos, amparados pelo princípio da UNICIDADE. Sem tal orientação, há, sim, o risco da pessoa se perder nesse emaranhado de sensações e percepções.

Seja em um contexto religioso ou "entre parênteses", é necessário o respaldo dado por um profissional qualificado e com bagagem suficente para isso.


Procurem mais informações a respeito dessas PESQUISAS E EXPERIÊNCIAS SUBJETIVAS, seja em sites oficiais do DAIME ou da Ayahuasca entre parênteses, mas não deixem que a imprensa sensacionalista e tendenciosa impeça a busca de conhecimento e novas experimentações subjetivas. Considero bastante importante toda forma de conhecimento, até aquelas que nos deixam com certo receio. Como disse para mim, certa vez, o somaterapeuta Rui Takeguma, criador da Somaiê e veemente defensor da PES-AYA: "Eu sinto medo, ás vezes; mas procuro não ter medo do medo."

É necessário ter essa consciência e postura diante de qualquer experiência desconhecida, principalmente, quando trata-se de algo tão contundente e absoluto, como é a experiência com a ayahuasca.

Lou

terça-feira, 30 de março de 2010

"O AMOR É MAIS FRIO QUE A MORTE"


Eu amo FASSBINDER! Um dos cineastas mais incríveis do pós-Guerra. O título do pôste de hoje foi um de seus filmes mais extraordinários em que cada cena parece uma pintura. Não poderia dizer se impressionista, pois não conheço nada sobre estilos de pintura, mas os filmes dele sempre me impressionaram e impressionam até hoje, sempre que resolvo rever algum pela "enésima" vez.

Nasci com uma sina cruel no meu destino - apaixonar-me alucinadamente por quem não quer deixar-se apaixonar por mim-. Não sei direito se é mesmo sina ou se faz parte do meu processo psíquico de leoa no cio, a que adora caçar; jamais ser caçada. Ou, simplesmente, é o gosto por terremotos e tsunamis mesmo. Essa coisa de "lago tranquilo e sereno" definitivamente não está no meu código genético.

Gosto da perturbação, provocação, lances melodramáticos; portas sendo batidas com força, telefones desligados de forma abrupta, emails dilacerantes e tempestuosos, mensagens por celular ou scrap de orkut bastante contundentes, explícitos, delatores da minha loucura e teatrais. Aliás, muito teatrais. Como os filmes de Fassbinder em que até as mãos dos atores, em movimento ou estáticas, eram "milimetricamente calculadas" em busca de uma angulação perfeita e magnífica.

Engraçado isso de querer fazer da própria vida afetiva um livro, uma gravura, um filme, um espetáculo; enfim, uma obra de arte.

Mas quem seriam os espectadores? Creio que só o próprio criador da obra. Em geral, pessoas comuns não apreciam narrativas psicológicas demais; preferem ação, romance, jogos de cena.

Filmes clássicos são para poucos espectadores, plateia muito seleta. Talvez apenas para os cinéfilos "tarja preta" que assistem até a filmes iranianos, quem sabe?

Se minha vida afetiva fosse um filme, sem sombra de dúvidas, seria uma película daquelas bem exageradas e alucinantes de ALMODÓVAR, como VOLVER ou ATA-ME, um dos meus preferidos.

Imaginem raptar a mulher por quem se está perdidamente apaixonado para que ela se apaixone pelo sequestrador, usando para isso todos os argumentos somaterápicos do tesão e da paixão. Deu certo, ao menos, pro Banderas. Mas também o que não daria certo pro Antônio Banderas, aquela delícia de homem?!!!

Fassbinder e Almodóvar são os meus cineastas favoritos justamente por serem dilacerantes, exagerados, passionais, atrevidos, libertários.

Odeio filme que "pula" as cenas de sexo. Como mencionava Roberto Freire, o bigode, filme americano é um porre por causa disso. As cenas de sexo sempre são malogradas. Mostra-se o casalzinho indo para a cama com todo ímpeto e ardor e...um take depois já estão à mesa, tomando o benfazejo café da manhã.

PORRA, QUE FRUSTRAÇÃO!!!

E a cena da cama que faltou?!!! Que sociedade mais reacionária e puritana é a norte-americana! Nossa, chega a dar nojo tanto puritanismo e pudor de mostrar o óbvio; a cena mais antiga que a humanidade pratica há milênios, desde os tempos das cavernas ou de Adão e Eva, como preferirem. Para mim, tanto faz a teoria que explique ou predomine; o que me seduz é o ato. Os corpos se acariciando, trocando calor, fluidos, energia vital, sensações de bem-estar...corpos em absoluta sincronicidade. OU NÃO.

Esse OU NÃO é que ferra tudo!Transforma todo o tesão em pedra de gelo que , ainda por cima, não derrete. Ao contrário, vai é tomando conta de todo o corpo da pessoa, até chegar ao coração, pélvis e, afinal, alcançar a parte mais sensível do nosso corpo: a alma.

Como é difícil encontrar essa sincronicidade absoluta e perfeita com outro ser!

Talvez, por isso, as sex shops se alastraram por aí. As vendas de bonecas infláveis e vibradores continuam em alta.

Compartilhar o próprio corpo com alguém e ao mesmo tempo receber o corpo do outro para ser compartilhado é uma tarefa que enseja muita entrega, doação, generosidade, paciência, sem falar no principal que é a sensibilidade de conseguir captar o que o outro gosta e do que verdadeiramente necessita (precisa), e o mais difícil, como proporcionar-lhe isso?

Tô quase concordando com os americanos, vamos pular logo pro café da manhã que é mais fácil mesmo...

Mas, apesar de toda dificuldade,ainda prefiro Fassbinder e Almodóvar. Acho que sinto atração fatal pela Verdade; não conseguiria lidar com todo aquele pragmatismo norte-americano.

Sexo, para mim, acima de qualquer excitação neuro-hormonal, implica doação. E doação mútua. E isso, sim, apresenta grandes chances de levar à sincronicidade absoluta e deliciosa entre dois corpos, duas almas, naquele exato momento, que se tornam apenas UM.

Pode parecer caretice da minha parte, mas pelas minhas "pesquisas e experiências subjetivas" nessa área, o sentimento é um amálgama dos mais eficientes nesse processo todo de unicidade pelo sexo.

Não estou falando de forma alguma que sexo sem sentimento não seja bom. Às vezes, para o corpo, a resposta é até mais imediata e perturbadora; entretanto, a alma fica com aquela sensação incômoda de incompletude, de que a fome ainda persiste.

Por tudo isso, imagino eu, que apenas satisfazer as necessidades do corpo não é o suficiente.

Sente-se algo estranho, como se estivesse faltado a melhor parte; talvez a sobremesa...e com bastante calda de chocolate, é claro.

Há exceções, naturalmente, e até sinto uma pontada de inveja dessas mulheres que vivenciam a sexualidade de uma forma tão livre e solta, sem se deixarem aprisionar por estigmas culturais de moral e romantismo. Mas, devo confessar que ainda estou muito longe desse "nirvana do desejo livre e desenfreado" em que a mulher se permite o prazer pelo prazer, sem culpa, moralismos torpes ou necessidade de romance.

"Ai de mim, que sou romântica...", como canta tão lindamente Rita Lee.

E até Fassbinder, certa vez, em uma entrevista, quando foi desafiado a se auto-definir em uma única frase, respondeu simples e ternamente:

"Sou apenas um anarquista romântico." Eu também, mestre.


Lou

domingo, 28 de março de 2010

SÓ MAIS ALGUNS MINUTOS PARA SEGUNDA-FEIRA

Muitas pessoas insistem em dizer que DOMINGO é um péssimo dia, pois só conseguem gostar dele até às cinco ou seis horas da tarde. A partir desse horário sentem-se completamente aturdidos pela ideia de que amanhã já é SEGUNDA-FEIRA - o dia em que tudo recomeça mais uma vez-. Todo o ciclo, toda a rotina, toda luta pelo sagrado "pão nosso de cada dia".

Muitos até se aventuram a desejar que a semana só deveria começar na terça-feira. Que tolinhos...Só estariam adiando o inevitável, pois a terça passaria a ocupar o lugar da segunda e o ciclo continuaria da mesma forma, uma vez que ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE; a produção não pode parar nunca, sob pena do Sistema (MATRIX) vir a baixo e com ele todos os sonhos de consumo de uma sociedade que precisa tanto de tv's cada vez maiores para espaços cada vez menores nas grandes metrópoles e tantos eletrodomésticos que tornam a vida mais prática e com gosto de plástico: nada como um microondas pra encher as papilas gustativas de "PVC", aquele gostinho extraordinário e inconfundível da modernidade contemporânea.

É muita tecnologia de ponta para uma humanidade tão arcaida e conservadora em seus valores.
Sim à robótica e informática, à discriminação, ao preconceito, ao sectarismo, à submissão. E Não à transgressão, à liberdade de expressão e escolha, ao indivíduo poder decidir sobre sua própria vida e saúde, sem o paternalismo e intransigência das instituições e de uma grande parcela de nossa sociedade.

Como esses últimos casos que envolveram o DAIME, por exemplo. A imprensa e a societade puritana e reacionária condenando veementemente uma prática secular - que incorpora um ritual - que é até considerada PATRIMÔNIO CULTURAL DA HUMANIDADE, por pertencer e representar a Cultura Religiosa do povo indígena.

AS PESSOAS PRECISAM APRENDER A LIDAR COM A LIBERDADE. E, sobretudo, com o respeito às escolhas pessoais de cada indivíduo desde que não afete ou interfira na vida e liberdade alheias.

Então, penso que segunda-feira é um bom dia para começarmos a repensar nossa relação com a liberdade e a questão do respeito às vontades individuais. E, por favor, sem hipocrisia ou caretice, ideias pré-concebidas sem nem ao menos procurar se informar sobre os assuntos a serem refletidos.

Acredito que antes de formularmos qualquer OPINIÃO sobre o que quer que seja,o primeiro passo é buscarmos informações de fontes seguras e fidedígnas. Não são em jornais e revistas sensacionalistas, que buscam acima de tudo maiores tiragens para aumentarem os lucros, que iremos encontrar as melhores e mais seguras informações.

O conheciento está é na FONTE. Ou seja, se quer conhecer o DAIME ou a Ayahuasca pesquise e se informe diretamente com pessoas envolvidas e que pesquisam tais experiências subjetivas há bastante tempo, seja COM UM CARÁTER RELIGIOSO OU NÃO. Afinal, temos esse direito e devemos ser livres até nisso, não é mesmo?

Chega de caça às bruxas. A Idade das Trevas a história já enterrou há séculos. Não estamos mais no tempo das "Bruxas de Salém"; quem impera nessa era ultra contemporânea e tecnológica são os vampiros crepusculares...e eles são até charmosos, românticos, éticos... pois colocam o sentimento acima do instinto. Isso é belo! E vende muitos livros...

Boa Segundona a todos!!!!!


Lou

sábado, 27 de março de 2010

RENATO RUSSO ETERNO

Cliquem no link do título e leiam uma reportagem que fala das homenagens aos 50 anos do Renato.

Claro que tudo acaba em marketing ou como diria a maravilhosa RITA LEE "No fim tudo vira bosta" até uma homenagem a um grande poeta como o Renato.

É A VIDA....

HOMENAGEM AOS 50 ANOS RENATO RUSSO

HOJE RENATO RUSSO FARIA 50 ANOS. Que falta faz!!!!!!!!!

Entrem no link do título para assistirem a uma entrevista do CARA.

sexta-feira, 26 de março de 2010

UM POEMA PARA COMEMORAR QUASE UMA DÉCADA DE SÉC. XXI


Este é um dos poemas que compôem o livro PESSOAS E ESQUINAS


Não consigo adivinhar o canto dos pássaros.

Só escuto buzinas, motor de carro
Moto, ônibus...
Fumaça na cara.

O “caixa rápido” do Banco emperrado
Sendo socado pelo correntista puto.

O camelô da esquina
Oferecendo no grito seus “piratas”

O picadeiro da loucura!

Hoje,
Tudo pode ser pirateado
Até as pessoas
E sobretudo.

As pessoas sempre se escondendo
Debaixo de um longo e felpudo capote
Em suas múltiplas camadas de peles
Para se protegerem do lúgubre inverno
de uma Viena eterna
em seus séculos de luzes e de trevas.

A Urbanidade corrompe os sentidos.

Almas sendo ofertadas
Leiloadas, rifadas,
Malogradas.

Ficaram cegas, surdas e mudas.

“Closed Caption” para os sentimentos
É urgente, é necessário
Um alerta de sobrevivência
Um alarme difuso.

A cidade e seus símbolos
Os humanos e seus estigmas
A Sociedade embaraçada
Valores embaralhados
Seus pedaços arrancados...

Pessoas em seus hiatos e lacunas
Iates e dunas...

Como preencher ruas e praças
Se as pessoas estão vazias
Abduzidas por griffes, ouro, prata
Gravatas e echarpes
Titânio, cádmio, tungstênio
Tecnologias sem censura
te conectando com o Mundo.

Ser humano torna-se vira-lata
Mais frágil que uma casca de ovo
Uma bala na agulha.
Ama o cachorro mais do que a um filho
O membro mais nobre da casa
Ocupa o lugar de honra à mesa da família.

Neste momento,
está cada um em seu quarto
Seu computador
Sua TV de plasma
Seu extrato bancário.
Porta trancada:
Não incomode o tilintar do teclado.

Apenas três letras sintetizam a humanidade óbvia
De Nova York a Bangladesh
De Tokyo a Moçambique:

BMW

Apenas isso.

Não importa o estilo, a cor, o modelo
O pó que se vai cheirar lá dentro
é só um detalhe.

Apenas uma ínfima verruga na ponta do nariz.

A gente se acostuma...


Lou

quinta-feira, 25 de março de 2010

PESSOAS E ESQUINAS


TERMINEI MEU LIVRO SEMANA PASSADA. Por isso ando meio sumida daqui.

Depois de concluir um trabalho, aí é que começa mesmo a labuta para colocar o resultado desse processo de diluição da alma à disposição das pessoas sedentas de sensibilidade, entrega e perplexidade diante de um mundo tão caótico e corrompido em seus valores mais vitais.

Tornamo-nos, desde antes dos TEMPOS MODERNOS de Chaplin, mais uma "máquina de apertar parafusos" do que qualquer outra coisa. Tudo gira em torno da PRODUÇÃO, DINHEIRO e CONSUMO; e o Sentimento sempre em último plano.

Esse trabalho é mais uma tentativa no sentido de resgatar o Ser Humano, tão aflito e perturbado a rever sua postura diante de si mesmo e de sua escala de valores.

Na verdade, faço um convite a todos que ao "tomarem" esse livro, possam literalmente mergulhar em si mesmos para uma reflexão profunda no sentido de se auto-compreender, se auto-perdoar e alcançar a redenção, OLHANDO MENOS PARA SI MESMOS E MAIS PARA OS OUTROS.

Parto do princípio que não há "mocinhos nem bandidos","vilões ou vítimas"; somos apenas humanos mortais (pelo menos, por enquanto). E , nessas condições, estamos suscetíveis a cometer todos os atos "puros e impuros", "sensatos e insanos", "morais, imorais ou amorais"; tudo é apenas uma questão de perspectiva; em qual lado do polígono você se encontra.

Eu, como só posso responder por mim, afirmo que, neste exato momento, estou como uma escafandrista nos abismos mais abissais do oceano de mim mesma, como se estivesse totalmente envolta em líquido amniótico...É um estado de "tesão trêmilis"; êxtase e contemplação. Fluidez da mente e volatilidade do espírito... Nada de certezas; nada de buscas pelo que seja ETERNO ou EFÊMERO.

Quero apenas VIVER, AMAR e BRINCAR, tendo em vista sempre o princípio da UNICIDADE e do RESPEITO ao OUTRO e à NATUREZA SELVAGEM ou, até mesmo, à mais domesticada. O importante é sermos irmãos, amigos, companheiros de viagens e aventuras....

A Vida não precisa de carrascos, delatores ou juízes que já oferecem a Sentença antes mesmo de conhecerem os "autos"; precisa, sim, de mais brinquedos e gente pra brincar em harmonia e paz.

Tô batalhando uma editora para publicá-lo; caso não consiga, farei a "editoração" eu mesma e, quem estiver interessado é só me mandar um email.

Acima, a foto da capa do meu filhote (com a orelha), o irmãozinho da minha semente de amora.

UM SUPER BEIJO A TODOS!!!! Precisava dividir essa alegria imensa com todos vocês.
Obrigada pelo carinho.

Lou

sábado, 20 de março de 2010

FRÁGIL E LIVRE COMO UMA BOLHA DE SABÃO


Desde os meus 13 anos o meu grande desejo era me tornar escritora.

Janete Clair foi a minha primeira grande inspiração. Amava suas novelas! E até hoje as considero AS MELHORES DE TODOS OS TEMPOS, desde o início da produção de telenovelas no Brasil.

Entretanto, mesmo sentindo um extremo fascínio pela literatura e pela escrita, sempre considerei como algo inalcançável para mim. Comparava-me aos grandes mestres o tempo todo, e claro, sentia-me inferiorizada, a autoestima ia parar na sola do pé.
Então, fui adiando "ad aeternum" esse desejo, esse sonho, essa missão...
Até que por volta dos 19, 20 anos , não foi mais possível conter aquela "represa", principalmente depois de ler THIAGO DE MELLO e ROBERTO FREIRE. Aí o dique se rompeu de vez e as palavras começaram a jorrar desesperadamente, inundando tudo em volta e dentro de mim; mas, ainda assim, de forma tímida e temerosa.

Escrever é um ato de exposição explícita da alma. É dilacerante. Não consideraria exagero dizer que beira o sadomasoquismo; pois, ao mesmo tempo que é uma necessidade vital que traz um enorme prazer, também traz dor, desequilíbrio, exaustão de alma.

Quando termina-se um texto ou um poema é como se nos esvaziássemos naquele instante para poder irmos em busca de mais conteúdo. Mas aquele ATO DE ESVAZIAR-SE é muito doloroso, cruel, angustiante...e muitas das vezes nem sequer somos compreendidos. Na imensa totalidade das vezes, somos apenas interpretados e nem sempre da forma mais delicada e verdadeira.

Outro dia uma amiga disse-me que não gostou muito do meu texto da LEILA DINIZ, dizendo que exagerei no meu julgamento em relação às mulheres. E também acrescentou que se sentiu meio receosa de postar um comentário, pois eu poderia não gostar da crítica.

Disse a ela que é muito pelo contrário; as opiniões antagônicas me expandem, me somam, acrescentam. Não tenho medo ou pudor em relação às críticas. De forma alguma. Tanto é que configurei meu blog para que até anonimamente pessoas possam postar seus comentários e todos serão aceitos, pois considero isso um dos princípios mais sagrados e que norteiam de forma incondicional a minha vida que é o PRINCÍPIO DA AMPLA E IRRESTRITA LIBERDADE DE EXPRESSÃO.

Assim como tenho o pleno direito de escrever minhas ideias e defender opiniões que considero importantes para a evolução de nossa sociedade e de todos nós, individualmente, acredito, com veemência, que o leitor também possui o mesmo direito e deve exercê-lo para que possamos construir um mundo mais democrático e tolerante em relação aos antagonismos.

Nas minhas andanças por aí, o que mais percebo são pessoas querendo impôr obstinadamente o SEU MODO DE COMPREENDER O MUNDO E A VIDA. Como se esse "MUNDO VASTO MUNDO" pudesse ser aprisionado em uma bolha de sabão.
Sim, pois uma opinião é tão somente uma bolha de sabão, devido a sua fragilidade e inconstância. E , sinceramente, penso que é assim que deve ser. Opiniões cristalizadas,arraigadas, amadurecidas demais tendem a putrefação.

O que mantém o frescor e a vitalidade dos pensamentos, dos sentimentos e das relações sociais adveem dessa interação, acredito eu. É justamente dessa troca que se estabelece entre as pessoas de diferentes crenças, cultura, formação intelectual e moral, que não só ampliam o nosso espaço social no qual estamos inseridos e a forma como o assimilamos, bem como o nosso próprio desenvolvimento pessoal,seja intelectual, humano ou afetivo.

Devo advertir que divergências me ampliam. O meu pensamento é absolutamente aberto e volátil. Não há verdades cristalizadas em mim.

Sou um Ser absolutamente livre, leve e solto como uma bolha de sabão, sobre a qual escreveu tão bem a fascinante Lygia Fagundes Telles.

Bolhas de sabão são frágeis, é verdade, mas são soltas, desprendidas, se deixam enlevar, fascinam e se deixam fascinar; se permitem o desconhecido, a aventura, o caminho nunca antes percorrido... Perder essa leveza no espírito e no intelecto é um empobrecimento e um desperdício.

Cristais são belos para ornamentarem rios, casas, pescoços, dedos, mas não a alma; a alma deve ser fluida, livre, aliciada pelo vento até o dia que se rompe, como tudo nessa vida.

Mas antes de estourar, creio eu, uma bolha de sabão deve ter experimentado tudo que tenha desejado ou precisado experimentar, senão, me desculpem, não terá valido o sopro que a fez existir.

A existência tem um sentido! Mas não uma direção previamente definida e estipulada por nenhum dogma ou doutrina. Devemos ser livres para nossas escolhas. Até mesmo para sermos um cristal. Respeito quem fez tal escolha (seja por medo,necessidade de segurança, ou qualquer que seja o motivo, que, aliás, não é da minha conta); mas eu escolhi ser uma BOLHA DE SABÃO, então,o mínimo que espero é a retribuição do respeito e da tolerância. Apenas isso.

Verdades consolidadas e cristalizadas são verdades aprisionadas.

Prefiro correr sempre o risco da dúvida, da liberdade e da incerteza, mesmo que implique "estourar" ao primeiro contato com um material mais inóspito. Mas ficar aprisionada dentro de um cristal(com essa falsa sensação de segurança) não é minha meta de vida; seria muito sacrifício.

Gosto de encarar a fragilidade de frente, mas aproveitando cada segundo de amparo e aventura que o vento me proporciona.

VIVER É BREVE! ENTÃO PRECISA VALER O SOPRO DO VENTO E O CALOR DO SOL SOBRE A PELE; senão terá sido apenas um esboço de vida, ou pior, uma vida não sentida,não experimentada, não vivida...

VIVER FAZ BEM E É NECESSÁRIO ATÉ CHEGAR A HORA DE ESTOURAR...

Será que é mesmo melhor apodrecer dentro de uma pedra antes até de se ter morrido?!!!


Lou

sexta-feira, 12 de março de 2010

ANARQUISMO DE CABRESTO

Os cabeludos mais caretas que já vi
pulando as cercas do jardim
com o mesmo medo do burguês
conservador e freguês
da velha e boa hipocrisia
revestida de erva e capim
a borracheira com cheiro de jasmim;

marijuana em Cochabamba
ayahuasca em Mauá
ópio em Shangai
coca em La Paz...

Tudo cabeludo de meia pataca
do saco rosa,flor sem néctar
que não vale a bosta da vaca
onde nasce o cogumelo
que torna o céu mais lilás.

Por um segundo eu te amei
e te quis todo meu
só pra mim
contrariando toda a liberdade de Bakunin.

Mas acordei ao apalpar seu cabresto
ânsia de náusea e vômito
veio à garganta
e engoli tudo junto
e mais o que poderia ter sido.

Agora só aguardo a bendita hora de te defecar.


Lou

terça-feira, 9 de março de 2010

O SOL QUE NUNCA SE APAGA



Escrevo porque transbordo,
como se as palavras começassem a escorrer
pelas minhas pernas...

Uma secreção que não cessa
abundante, fluida
límpida;
parece seiva elaborada que desce pelo caule
para nutrir folhas e galhos,

Ou clara de ovo em brasa
quente,
como se jorrasse do centro da terra
para acender essa energia vital
e abastecer de chamas
o fogo da minha essência.


Lou

segunda-feira, 8 de março de 2010

QUEM TEM MEDO DE SER LEILA DINIZ?









A Rita escreveu certa vez: “toda mulher é meio Leila Diniz”. Infelizmente, não posso concordar com ela, cantora e compositora extraordinária que admiro muito por sua integridade artística e personalidade forte.

A palavra toda esconde muitas armadilhas e é bastante traiçoeira. Se, pelo menos tivesse escrito: “toda mulher gostaria de ser Leila Diniz, mas somente as mais audaciosas assumem isso publicamente ”, então, sim, seria mais coerente com nosso cotidiano.

Entretanto, o que vejo ao meu redor, e nem preciso espichar muito o olhar, são mulheres e homens repudiando o comportamento sexual livre e libertário de algumas “Leilas Diniz” que estão aí na resistência, exigindo seu orgasmo sem medo ou pudor. Mas são poucas. Infelizmente, pouquíssimas, devo acrescentar.

São raras as mulheres que conseguem verbalizar para o parceiro, sobretudo, se for o marido, que ele não consegue satisfazê-la sexualmente e nem ouso usar a expressão ”em plenitude”, pois satisfazendo o minimamente possível já estaria de bom tamanho, pelo menos para a imensa maioria delas, que, aliás, não são Leila Diniz e nem poderiam ser. Pois, Leila, a original, jamais se sentiria satisfeita com o minimamente possível.

E, ainda prá satirizar um pouco mais a “epopeia”, criam O Dia Internacional da Mulher, “como forma de mostrar à sociedade que nós, mulheres, estamos indignadas pela forma discriminatória como sempre fomos tratadas desde os primórdios da humanidade”, ou desde que o Mundo é Mundo, como diria minha avó.

Na verdade, o que sinto e percebo é que, em muitas das vezes, a própria mulher é que se coloca em um plano de submissão em relação aos homens e até socialmente. Parece que arraigou em suas vísceras esse puritanismo moralista e exacerbado que de tanto passar de geração em geração, acabou tornando-se um valor cultural.

Em outras palavras: as mulheres ficaram receosas em assumirem o seu desejo e até mesmo a sua necessidade fisiológica de praticarem e obterem um sexo de qualidade. Ou seja, na hora do “pega prá capar”, contentam-se com pouco , muito pouco ou quase nada; e muitas centenas delas com nada mesmo, literalmente. Mulheres que já completaram bodas de prata e estão às vésperas das bodas de ouro e ainda não sabem, não experimentaram e nem sequer imaginam o que seja um orgasmo pleno, intenso, enlouquecido, daquele que transfigura rosto e alma.

Que esposa que, ao não sentir prazer na relação com o marido, lhe diria na bucha: “eu não gozei! E, aí, o que você vai fazer quanto a isso?”, começando ali mesmo, naquele exato momento, a “terapia de casal”? Creio que a imensa maioria delas, simplesmente, se enxuga, toma um lexotan, ou qualquer outro que o valha, vira para o canto e dorme.

E, na manhã seguinte, levantam-se antes do maridão para que ele encontre a mesa do café já posta, antes de sair para o trabalho, e garantir a prestação da casa própria, do carro, a escola das crianças, as saidinhas de algum final de semana... etc e tal.

Talvez, por conta dessa hipocrisia, tantos homens muito bem casados, respeitáveis pais de família, estejam tanto à cata de um belo travesti na virada da esquina; na penumbra do moralismo. Ou mesmo dando suas escapadelas com outras mulheres e algumas esposas, as mais espertas ao meu ver, também tentam se arranjar por fora do matrimônio, mas a instituição preservada, acima de tudo.

Pois, o patrimônio construído pela família está acima dos desejos, anseios, insatisfações; afinal de contas, “todo casal tem seus problemas mesmo... é normal... casamento é assim desse jeito... são altos e baixos... ruim com ele, pior sem ele...” e assim prosseguem-se as ladainhas de pais para filhos, cristalizando uma “verdade” irrepreensível, defendida por quase toda a sociedade; em especial igrejas, governos e cartórios de registro civil, claro, uma vez que ganham uma exorbitância monetária por conta da burocracia institucionalizada, inclusive o casamento, que é um contrato para garantir direitos patrimoniais, como qualquer outro e, por isso, necessita de registro público para sua validação.

A Matrix. A consolidação absoluta da matrix. Coitado de quem ousar não se enquadrar a ela feito um “tijolinho na parede”. Ainda mais se for uma mulher; ainda mais ainda se for uma mulher que exige o seu orgasmo, como um cachorro faminto exige o seu osso... ainda mais se for uma Leila Diniz que assume publicamente: ”dou sim, mas só prá quem eu quero.”

É... sei não, Ritinha; mas nem toda mulher é meio Leila Diniz para minha incomensurável tristeza e pesar, esteja certa.

Ser Leila Diniz exige demais de nós. Imagine ser uma mulher que se desprende dos paradigmas sociais e culturais de toda uma época e os afronta de barriga grávida em punho em um momento da história em que a imensa maioria das mulheres escondiam até os pés; assume sua sexualidade deliciosamente ativa e ideias libertárias no auge de uma ditadura militar!

Há uma antiga frase de Simone de Beauvoir que de tão repetida já se tornou até um clichê: "não se nasce mulher;torna-se". Então, como boa aprendiz que sou,resolvi dar um toque de contemporaneidade a essa frase,parafraseando a magnífica Simone:

NÃO SE TORNA LEILA DINIZ; SE NASCE!!!

Não estou de forma alguma fazendo apologia do feminismo; não levanto bandeiras. Muito pelo contrário, sou absolutamente defensora das liberdades individuais e livre-arbítrio. Cada um que encontre o seu eixo de equilíbrio dinâmico ou estático dentro do sistema ao qual estamos todos inseridos.

Simplesmente, sou como o mestre DRUMMOND, quando se aventurou pelo universo da prosa em seu excelente Contos de Aprendiz : “ouço uma história aqui, outra ali e vou passando...” Só isso!


Ah, e para todos que desejaram “Feliz dia da Mulher”, só tenho algo a declarar: deixem-me trabalhar e continuar evoluindo no meu caminho...


Lou

domingo, 7 de março de 2010

A LEOA E O COIOTE DE VERDADE





Cliquem no link do título e conheçam sobre a NATUREZA SELVAGEM da LEOA e do COIOTEcomo o mestre ROBERTO FREIRE que escreveu o texto acima ou Rui Takeguma, um de seus principais discípulos que criou a SOMAIÊ e pratica PES-AYA (Pesquisas e Experiências Subjetivas com a utilização da Ayahuasca)...

VIDA LOUCA VIDA...



"O amor é o ridículo da vida,
a gente procura nele uma pureza impossível.
Uma pureza que está sempre se pondo,
indo embora.

A vida veio e me levou com ela.

Sorte é se abandonar e aceitar
essa vaga ideia de paraiso
que nos persegue
bonita e breve
como borboletas que só duram 24 horas.

Morrer não dói!"


CAZUZA

Entrem no link do título e vamos aprender um pouco mais sobre a vida...

quinta-feira, 4 de março de 2010

O DIA EM QUE ME APAIXONEI POR MADONNA




Em meados da última década do século passado (os patéticos anos 90 em que centenas de milhares de pessoas de inúmeras religiões aguardavam ansiosamente pelo fim do Mundo na Virada de 2000), eu e uma colega que estudava Belas Artes nesse tempo, a Luciana, estáva-mos construindo um presépio para participarmos de um concurso promovido pelo departamento de Artes e Cultura da UFMG a fim de premiarem os 3 melhores presépios daquele Ano-1995-.

Então, imaginem um presépio elaborado e montado por uma filósofa anarquista e uma “belartista”, como a chamava. O resultado só poderia ser muito rock’n’roll na moleira e lisérgico-psicodélico na estrutura, é claro.

Arrumamos uma caixa de papelão enorme, cortamos toda a sua frente, como se fosse para uma apresentação de “teatro de bonecos”.

Na época, trabalhávamos como estagiárias na Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais, no “arquivo morto”, isto é, o setor de Arquivologia e Microfilmagem; todos os funcionários estaduais de educação que se aposentavam, se afastavam do exercício do cargo por qualquer motivo ou faleciam, os processos eram remetidos a esse setor para serem arquivados “ad aeternum” ou até que algum incêndio da DIVINA PROVIDÊNCIA resolvesse acabar com toda aquela papelada – o supremo ícone da burocracia institucionalizada-.

Pois bem, todos os processos vinham com a foto 3X4 do(a) dito(a) cujo(a) que se aposentou, se afastou do cargo ou veio a falecer, então, começamos a retirar essas fotos para colecioná-las. Foi uma febre entre nós, os estagiários mais aloprados, mais ou menos uns três ou quatro; o resto era gente normal.

Não me perguntem por quê. Talvez nem Jesus Cristo se voltasse à Terra pudesse explicar. E nem Freud, se passasse por algum processo “avataresco” e reaparecesse através de algum sonho, creio que também não conseguiria explicar tamanha falta do que fazer.

Então, pegamos as centenas de fotos 3X4 (centenas mesmo) com todos aqueles rostos bem brasileiros, como fizeram apologia os idealizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, e colamos, uma por uma, dentro da caixa de papelão que seria o invólucro de nosso presépio, o qual representava uma cena do cotidiano – uma família (papai, mamãe e bebezinho recém-nascido) embaixo de um viaduto de uma grande ou média cidade qualquer terceiro ou quarto "mundista" - e todas aquelas centenas de fotos “olhando” para o foco central da cena.

A “belartista” confeccionou os personagens (Jesus, Maria e José), utilizando um material em alumínio que ficou até muito interessante por sinal, lembrava um pouco a armadura de Dom Quixote; aquele aspecto de metal envelhecido, carcomido pelo tempo. E, a apoteose iconoclasta foi a manjedoura: uma lata de coca-cola, aquela vermelha que o mundo inteiro conhece, até na Transilvânia, cortada ao meio de forma longitudinal, abrindo-se um pouco uma parte para cada lado, dando mesmo a impressão de um berço; improvisado, mas um berço.

E por fora da caixa colamos inúmeras reportagens, fotos, artigos, crônicas que mostravam o cotidiano do nosso planeta naquele final de século: violência, drogas, corrupção, terrorismo, guerrilhas, motins em presídios, extermínio de menores de rua da Candelária no RJ, Movimento dos sem-terra, os catadores de lixo dos grandes centros urbanos, os catadores de papel; enfim, um mosaico da realidade cosmopolita e rural naquele momento.

E ao pesquisar em revistas e jornais todo aquele vasto material, deparamo-nos com inúmeras reportagens que apresentavam MADONNA como tema central.

Entretanto, uma dessas reportagens, em especial, chamou-me bastante a atenção em que a última pergunta do repórter a ela foi:

“Se você acordasse um dia e descobrisse que havia se transformado em uma barata, o que você faria?”

Ela simplesmente respondeu:

“Procuraria outros nas mesmas condições que eu, iguais a mim, que com certeza existiriam, e iria me divertir.”

Paixão total, absoluta e irrestrita!!!! Arrebatadoramente sem comentários...

Tô de quatro por essa mulher até hoje, primordialmente por causa dessa resposta ao jornalista (que, por sinal, queria dar um de espertinho, fazendo uma pergunta bastante capciosa); também gosto do seu “pop”, mas sua personalidade e inteligência são o que mais me atiçam. A voz também é bastante singular, mas o repertório não me arrebata tanto, devo admitir. Nesse quesito, sou mais NINA SIMONE, JOAN BAEZ, CAZUZA, MILTON, CÁSSIA ELLER, ANA CAROLINA, JANIS JOPLIN, entre tantos outros...

Podem falar o que quiserem dela: ”ela é puro marketing...”

Prá mim, ela é puro ecstasy!!!

Bom, quanto ao presépio, ficamos em um dos últimos lugares...

O vencedor foi um presépio bem pequenino – minimalista, para usar um termo mais cult – feito em uma tábua de madeira quadrada de aproximadamente 30 cm de lado com uma toalha acolchoada branca revestindo o fundo e por cima uma pasta de creme dental, apoiado verticalmente, com a ponta ligeiramente retorcida para baixo, se não me engano da marca Colgate, que simbolizava José; ao lado, outra pasta de dente em pé, um pouco menor e mais fina,também com a ponta retorcida para baixo, como se estivessem "olhando" devotadamente, representando Maria, imagino, e entre os dois uma saboneteira com um sabonete imaculadamente branco que só podia simbolizar O Cara, né? Ah, e paredes e teto de vidro fechando tudo para dar o formato de caixa, estilizando-a.

Dessa experiência toda tirei dois ensinamentos: primeiro, Madonna é rara e sensacional, pois odeia o sentimento de auto-piedade; segundo, em geral, críticos de arte não apreciam denúncia social, mas adoram andar bem limpinhos, cheirosos e com os dentes muitíssimo bem escovados.

Coitados dos artistas que não são muito asseadinhos...Só tomam na moleira!!!

Ainda bem que o meu banhinho de todo domingo é sagrado...

quarta-feira, 3 de março de 2010

MAIS CORA SABEDORIA



O interior de Goiás entre as letras e o açúcar de Cora Coralina.

A Casa de Cora Coralina reúne acervo sobre a vida e obra da escritora que retratava a simplicidade da vida interiorana.

Como escreveu Drumonnd em uma carta à autora: "Aninha hoje não se pertence. É patrimônio de nós todos, que nascemos no Brasil e amamos a poesia (...)".

Talvez os versos abaixo revelem porque o Poeta Maior encantou-se tanto por seus versos tão doces...



Saber Viver


Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto durar


Aninha e suas pedras

Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.


"O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher."


"O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria, se aprende é com a vida e com os humildes."


"Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores."


"FELIZ AQUELE QUE TRANSFERE O QUE SABE E APRENDE O QUE ENSINA."

Precisa mais?!!!!!

DENTRO DE UM ROSTO EFÊMERO...SÓ RESTARÁ O AMOR...


Esse link do título explica muito sobre mim sob a forma de imagens...

terça-feira, 2 de março de 2010

CORA CORAGEM CORA POESIA CORA CAMINHO...


Estou em busca dessa doçura da alma de poeta e confeiteira
que Cora possuía como poucas
ou talvez, como nenhuma outra.

Mas esse dragão dentro de minhas entranhas não me deixa descansar...

tornar-me um lago tranquilo,suave, manso
sem transtornos
livre de ondas assustadoras e aflitas
que se jogam na arrebentação
para se desmancharem por sobre a areia quente
onde as crianças brincam, rolam
se divertem com tanta alegria;

constroem seus castelos
ou simples montinhos de areia molhada
que podem ser qualquer coisa neste mundo.
Porque para o olhar de criança
um montinho de areia
pode ser tudo que o desejo e a imaginação
queira que seja...

até manjedoura

para abrigar os palitos de picolé jogados fora
que não cairam dentro do lixo.

segunda-feira, 1 de março de 2010

A MINHA CRIA É ÁRVORE DE AMORA



AMORA: SAGRADO FEMININO DE AMOR...
A FACE FEMININA DE DEUS
ESPINHO E FLOR
BELEZA E DOR.

TEM HORAS ÉS MOLECA
TEM HORAS ÉS FULGOR

(...)

BUSCO A SEMENTE QUE ME FAÇA DIGNA DE TI
E DE TODO EXISTIR SEM DOR.