" (...)
Cantando amor, os poetas na noite
Repensam a tarefa de pensar o mundo.
E podeis crer que há muito mais vigor
No lirismo aparente
No amante Fazedor da palavra

Do que na mão que esmaga."

Hilda Hilst

Se gostou, volte sempre!!!!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

AS REDES SOCIAIS FORA DA MEDIDA CERTA


Tenho recebido nos últimos dias, muitos emails em que alguns 'intelectuais' condenam as redes sociais de uma forma veemente, até. Então, eu me pergunto: se essas redes são tão idiotizantes assim pra que gastar tinta do encéfalo para elaborar textos extraordinários a fim de passar a mensagem de que no fim das contas, só os mal amados e solitários com forte tendência a fobia social se metem nesses 'buracos' vazios de inteligência e calor humano?

Ora, ao meu ver, parece que incomoda demais este "buraco negro e oco" que já tomou conta do mundo contemporâneo: as redes sociais.

No último artigo que li a respeito, o jornalista Zeca Camargo abomina o Facebook, embora tenha adorado o filme homônimo, mas destaca inúmeras limitações humanas nas redes virtuais.  Entretanto, percebo que as tais limitações apontadas por ele são inerentes à condição humana e em qualquer momento da vida, até mesmo dita "real", elas podem vir a se manifestar, como o distanciamento, a solidão, a falta de integração, entre outros. Não é preciso ir para uma rede social para se isolar do mundo. Aliás, enxergo justamente o contrário: é pelo fato da pessoa estar se isolando no meio social em que vive é que acaba por buscar um PALIATIVO a fim de tentar reverter esse processo e, por isso, busca nos meios sociais alguma integração, já que esta não consegue ser alcançada em seu cotidiano.

Num certo momento de seu artigo, o jornalista até se ufana por pertencer a uma geração que privilegia as relações intrínsecas de amizade baseadas no contato físico com um aconchegante CALOR HUMANO, blá blá blá.... mas que porra de calor humano é esse que muitas vezes acaba por confinar pessoas no isolamento de seus EGOS, como o do próprio jornalista em questão, que em vários momentos assumiu uma postura de superioridade em relação às pessoas que fazem uso das ditas redes sociais.

Não quero assumir a postura de DEFENSORA PÚBLICA das redes. Apenas me recuso a ser mais uma intelectualóide a jogar "pedra na GENI" sem nem saber direito se o galo já cantou três vezes, ou não...
Percebo nas redes sociais muita imbecilidade, sem dúvida; a mesma imbecilidade que percebo no dia a dia, looool.... Ser imbecil é normal; e diria que até necessário no processo de sobrevivência. Não é à tôa que aquele ditado "fingir-se de égua" é bastante providencial, às vezes. Mas, claro, que não sempre. Como hoje por exemplo ao ler esse artigo em especial.

Senti um forte tom de desprezo às redes, de forma exagerada. Tudo bem, não estou dizendo que nas redes encontro a reencarnação dos filósofos clássicos, nem os eternos poetas, claro que não. Mas, em contrapartida, as redes não são o ancoradouro apenas dos BOÇAIS. Existe vida inteligente também no mundo virtual. A maior prova disso é que só tomei conhecimento deste e outros artigos pela própria NET. Fico ainda mais indignada. As pessoas que criticam a rede usam a própria rede para expor suas opiniões e preconceitos.

De forma alguma acredito que as redes sociais são formadas única e exclusivamente por pessoas carentes de afeto e com dificuldades de relacionamentos interpessoais. Qualquer forma de generalização é limitadora da verdade. Mesmo porque pessoas carentes e com problemas de relacionamento há em toda parte e a toda hora. Atire a primeira pedra quem for esse SUPER HOMEM de Nietzsche absolutamente autosuficiente e PLENO de suas capacidades intelectuais, humanas e afetivas. Esse ser está pra nascer ainda; isso, se nascer. E não creio que as redes sociais são o que impedem a concretização desse ser humano.  As redes não são causa; e sim consequência. Vivemos em um mundo cada vez mais segmentado, produzindo seres ainda mais fragmentados, com uma sede de consumo cada vez maior e pouco discernimento de valores e princípios éticos e morais; claro que essa fragmentação é levada para as redes sociais. Como é levada para o supermercado, açougues, livrarias, faculdades, empresas públicas e privadas e até para os banheiros, sem dúvida. Somos fragmentados e limitados em qualquer tempo ou lugar. É uma condição humana da qual jamais poderemos abrir mão. Por mais completos que sejamos ainda assim faltará algo. Isso é que mais nos torna humanos, não a intelectualidade pura e simples. Embora essa capacidade de nos PERCEBERMOS fragmentados advém da condição intelectual. 

Não por acaso OSCAR WILDE já dizia no século XIX: a ignorância é a melhor forma de nos mantermos felizes. A inteligência nos leva ao sofrimento; tomar consciência dessa incapacidade humana - as limitações humanas - gera sofrimento.  Entretanto, não vejo as redes sociais como mais uma forma de manifestação dessa limitação. Ao contrário: apreendo nas redes uma expansão de alma e intelecto. Ao cruzar com meus pares, ainda que virtuais, esbarro em mais uma possiblidade de crescimento interior DESDE QUE haja humildade e abertura da minha parte para assimilação de novos conceitos e NOVÍSSIMAS FORMAS DE RELACIONAMENTO. Condições essas que sinto faltar entre nossos super intelectuais tão loucos para se enquadrarem na MEDIDA CERTA.

Existe mesmo uma medida certa para nos relacionarmos com afeto e inteligência?

Eu, como só sei que nada sei, continuo nas redes... procurando, procurando, procurando... talvez o que a Luzia tomou atrás da moita ... ou do ego...

Para lerem o artigo do ZECA CAMARGO que me fez pensar um pouco mais sobre as redes sociais e serviu de inspiração para escrever às pressas esse artigo, é só clicar:


Depois escrevo mais a respeito. Li um artigo do Jabor também muito instigante: FACEBOOK E OUTROS BURACOS, muito bom...para ser criticado....hahaha....

INTÉ!

14 comentários:

  1. Marcio me pediu que postasse um comentário aqui, Lou, pois teve dificuldade:

    "Sou o remente dos e-mails, Lou, nós dois sabemos disso. Estranho que eu não tenha sido mencionado aqui. Afinal, sempre fui mencionado em teus blogues e isso, diga-se de passagem, sempre me deixou bastante honrado.
    Gosto das contemporizações. Apenas acho que você poderia ter também remetido tais considerações diretamente a mim, além de postá-las aqui. Ou, por outra: poderia ter me alertado a respeito.
    Por sorte sou também teu leitor e posso me posicionar a respeito deste assunto que, a propósito, me preocupa (e bastante). Gastarei, então, não tinta, mas alguns caracteres para expressar em que pontos o meu ponto de vista coincide com o dos autores a que você chama “intelectualóides”.
    Porque, pra começar, o fato de se criticar algo, ao invés de indiferença, pelo contrário, no meu entender, revela preocupação com o assunto.Talvez seja esta a motivação dos autores, não sei, mas com certeza este foi o motivo pelo qual remeti os textos (subscrevendo-os indiretamente) aos meus amigos todos.
    Pode ser que se tratem de reacionários os autores. Pode ser que eu mesmo seja um reacionário, eu cogito essa hipótese. Se bem que eu não creio muito nisso, pois estou bastante aberto as mudanças, (razão pela qual, você sabe, inclusive flertei com as redes sociais no último ano).
    De todo modo, saiba: considero QUALQUER PROPOSIÇÃO, Lou. Considero mesmo, não nego coisa alguma. Só não relativizo tudo o tempo todo, ao contrário: faço escolhas.
    E achei, de fato, extraordinários os textos, bastante lúcidos. Pra começar porque apontam aspectos positivos da Internet, mas apontam para o mau uso desta ferramenta, mostram os (inegáveis) efeitos negativos ou (para usar um termo que você escolheu): idiotizantes.
    Hoje somos sozinhos, Lou. Pergunte a qualquer um, pergunte a si mesma e obterá provavelmente resposta afirmativa. As redes sociais são um termômetro disso e apontam, sim, o esfriamento das relações. O crescimento delas resulta de fatores vários, dentre as quais também as dificuldades de relacionamento e as fobias. Afinal, “muitos temores nascem do cansaço e da solidão”, dizia o poeta Renato Russo.
    A mim, particularmente, incomoda muito o negro e imenso buraco no qual está afundando a sociedade contemporânea e que (pelo que pude constatar ao usar) a rede mundial de computadores tem contribuído para aprofundar."

    (continua)

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  2. (continuando...)

    "Considero grave, Lou, o uso de “paliativos”, como você diz, pois impossibilitam a desejável mudança. Além disso, penso: esse não é o papel da Internet, servir de muleta ou psicotrópico. Mas é assim que os internautas a estão usando: feito remédios de tarja preta e em doses altíssimas!!
    Por ser assim é que, cada vez menos caminhamos hoje em direção a retomada das relações afetivas. E não é difícil entender por que: é lógico que não se pode combater o egocentrismo que você aponta, Lou, (presente em quase todas as relações) com isolamento que a vida moderna propicia e a Internet alimenta.
    O computador é, como eu já disse, uma ferramenta, a Internet é um meio (mas não pode ser o único). Para maioria, a Internet virou um fim em si mesma, as vidas efetivas são apenas um intervalo, o que é um absurdo.
    Eu uso a rede para cada vez menos coisas, incluindo falar mal da própria rede (por que não?), para expor opiniões (sempre), mas nunca para enfatizar os preconceitos. Semeio idéias férteis em terrenos favoráveis ou inférteis. Tenho a louca esperança de que um dia, quem sabe, darão frutos tais inferências.
    Não estão na rede, Lou, a reencarnação dos filósofos gregos, não porque seja improvável, mas porque é impossível simplesmente e sabe por quê? Porque NINGUÉM “ESTÁ na rede”. Nas ruas é onde estão as pessoas de carne e osso, os poetas, os que não se refugiam ou precisam de ancoradouros. E também os boçais, claro, estão lá fora, porque (feito os outros) são reais.
    E o Super Homem está entre eles, Lou, saiba: ele é pleno sim de humanidade, pois é cheio de virtudes e defeitos. Esse ser fragmentado de que você fala é fruto também da web, onde se pode ser outro pra não ser você mesmo e não encarar, portanto, a realidade. Em outras palavras, trata-se de mais um terrível subterfúgio. Alguns de nós precisam, fazer o quê?
    Escolhas, Lou: cada um faz as suas. Eu, de minha parte, não ignoro o mundo ao meu redor e encaro inclusive o sofrimento quando ele se apresenta. Porque ele me ajuda a reconhecer a felicidade quando ela vem também como um oásis em meio ao deserto (expressão que você usou por e-mail pra definir a minha presença em redes sociais).
    Sinceramente o que acho é que não existem novas (tampouco novíssimas) formas de relacionamento. Pra mim só existe a boa e velha amizade, só essa me interessa. Se a Internet ajuda? Muito raramente...

    A medida certa, pra mim, é o amor."

    Marcio Nicolau.

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  3. Oh Lord, my Lord...

    sabe o quanto o admiro e sempre o admirarei.

    Vamos por partes, ok? Não o mencionei, pois não foi só de você que recebi esses emails, recebi de outras pessoas também e por isso não quis indicar nomes. Peço desculpas, pois acho que deveria ter feito. Teria ficado mais completo. Ponto pra você.

    Em relação ao conteúdo dos seus comentários, você foi excelente como sempre. Você tem o dom! Mas não concordo com algumas coisas.

    Os textos dos autores celebrados que me mandou foram extremamente generalizantes e preconceituosos. Eles acertam em algumas considerações, mas negligenciam outros comportamentos.
    Não é verdade que na rede SÓ existem solitários, dementes e boçais. Esse nosso diálogo é uma prova irrefutável disso. Ficamos nos conhecendo pela NET e mantemos contato sempre que possível e só não nos encontramos pessoalmente ainda por questões práticas de viagens. Mas não duvido que isso logo irá ocorrer.
    Então, não desqualifico as relações que se estabelecem por meio das redes.
    E manter esse diálogo, ainda com opiniões contrárias, só nos amplia e eleva ainda mais. Amo as divergências! Amo seu discernimento e inteligência! Sinto muita falta, mas muita falta mesmo do seu blog. Era um dos espaços de maior inteligência per capita aqui dentro.

    Volta, meu Lord! Amo você! Beijo em ti e em Saulo!!!

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  4. Pelo Marcio, novamente:

    "Em resposta, Lou.

    Pense no seguinte: não se pode confundir CONCEITO com PRÉ-CONCEITO. Os autores (que você agora chama celebrados e eu nem sei se são mesmo assim, pois na verdade o que há hoje é um culto a outras celebridades...) expressam pontos-de-vista baseados na análise e na experimentação.
    Veja bem: o Zeca Camargo e a autora britânica viram o filme sobre o Facebook e ambos utilizam a Internet como ferramenta: o Zeca tem um blogue (e, a propósito, diz que não condena ninguém por usar usar as redes sociais), a autora foi usuária de uma rede de relacionamento e critica no texto o próprio comportamento (diz que usava o site em horário de trabalho e que hesitou bastante quanto a deletar o perfil). Já o Arnaldo Jabor analisa o aspecto do direito a identidade autoral (que a ele e a alguns outros vem sendo negado) e se pergunta por que tantos textos são atribuídos a ele e outros tantos textos seus são mutilados. Todos apontam aspectos úteis da web.
    No meu entender, não há que se falar em preconceito, quando um conceito emite juízo de valor pautado na experiência. Trata-se de assumir um lado ou, em outras palavras: não ficar em cima do muro, feito a maioria que se vê obrigada a estar online e acha tudo o máximo.
    Além disso (se é pra falar de preconceito), a Internet é que verdadeiramente tem sido palco para a disseminação de diversos preconceitos, por meio de absurdas correntes difamatórias, estas sim radicais e generalizantes. Razão pela qual tenho divulgado textos que se contrapõem às máximas que se alastram nessa rede de fofocas e especulação.
    Quanto a interferência da Internet nos relacionamentos (também destacada), essa questão é provada até estatisticamente, Lou! Fora os problemas criados na relações profissionais e nos relacionamentos amorosos e de amizade, é público e notório o crescente isolamento das pessoas devido ao uso excessivo da rede mundial de computadores, algo que vem se impondo de maneira assustadoramente prejudicial. O que era pra ser uma revolução em termos de linguagem (como aponta outro artigo que fala das formas de narrativa social) e poderia mesmo encurtar distâncias, transformou-se, na verdade, num instrumento idiotizante (mais um!) instrumento de manipulação das massas que se acreditam livres, mas estão recebendo (sem saber) informações peneiradas e muitas vezes plantadas para nos enganar e nos fazer consumir.
    Experimente olhar com isenção, Lou (ou seja: sem considerar o quanto é fantástica a comunicação virtual e o quanto avançamos tecnologicamente) o que tem sido escrito por aí na rede! Dê uma olhada na quantidade de asneiras que estão nas redes sociais e no ódio absurdo dos comentários dos blogues e microblogues! Isso é o que realmente dá a dimensão do problema e aponta o nível mental dos internautas e, portanto, da sociedade contemporânea. Há excessões, é claro (mas confirmam a regra). Precisamos pensar a respeito e tentar reverter esse quadro sombrio. Papel, também, da literatura, a meu ver: a denúncia, a crítica, o questionamento. Subscrevo tranquilamente os textos remetidos. Releia-os, sugiro.

    Um beijo, Marcio."

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  5. Marcio, amado,

    Não discordo de você quanto aos pontos negativos das redes sociais. Claro que tudo isso se verifica. Entretanto, vejo os inúmeros pontos positivos. O simples fato de termos nos conhecido e estarmos mantendo esse diálogo já é por si só uma prova disso.

    Compreendo que nos textos que me mandou há análises muito pertinentes sim, mas sempre num tom de superioridade. Os próprios títulos dos textos sugerem isso e foi o que mais me indignou. Até mesmo para escrevermos 'verdades' precisamos manter um tom acolhedor e afetuoso e não é sugerindo adjetivos negativos, ainda que pertinentes, que iremos tocar a consciência e a sensibilidade do outro.

    Creio que é preciso muito cuidado ao analisarmos comportamentos humanos. Nada é tão linear assim. Ainda prefiro apostar na capacidade que o ser humano tem de surpreender.

    Um aspecto que considero muito importante nas redes sociais e qu esuplamtam em muito os aspectos negativos é a democratização e socialização das artes e cultura. Hoje, um cantor para se lançar basta gravar um vídeo caseiro, postar no youtube, e se tiver talento e/ou carisma, pronto, acontece no cenário artístico nacional ou internacional. Considero isso bárbaro, pois retira em muito o poder das grandes indústrias de entretenimento. Isso é revolucionário! E penso que não pode ser negligenciado esse aspecto.
    Claro que isso incomoda, e muito, o status quo. Muitos poderosos da indústria cultural perdem com isso. É inegável.

    Quando Jabor afirma: atribuem a mim textos até muito bons, mas que não são meus. Já ouvi essa reclamação do Veríssimo também e de outros autores. Diria que é em decorrência do analfabetismo funcional, infelizmente. Mas faz parte de todo processo evolutivo de um povo. Espero que um dia não confundamos mais alhos com bugalhos.

    Existe sim muita maldade nas redes. Não nego isso, inclusive já fui alvo dela inúmeras vezes, mas hoje vejo até isso de forma diferente. Tudo que ignoramos não nos atinge e depois que se alcança segurança sobre o que se faz, torna-se cada vez mais difícil ser atingida por tal maldade.

    Portanto, ainda que houvesse dezenas de aspectos negativos e APENAS UM positivo que é a democratização das artes e cultura, eu DEFENDO AS REDES SOCIAIS, pois cumprem com esse importante papel de difusor da cultura. Isso é histórico e revolucionário.
    Quando poderáiamos imaginar que um autor novato e completamente desconhecido poderia atingir tantos leitores como é o caso dos blogs?
    Vejo isso de forma muito positiva e evolutiva.

    Claro que muita coisa precisa de ajustes, lapidação, mas retrocesso nunca.
    Não sinto que devamos regredir e deixar a arte sob o comando único e exclusivo dos empresários da indústria cultural. Precisamos instigar e fazer nossa parte!

    Posso até ler os textos novamente e passar raiva novamente, mas não mudará o que penso em relação à arte e sua divulgação.

    Note que você só está atentando para as questões negativas e se esquecendo desse aspecto incrivelmente positivo. Só acredito numa arte livre se puder ser feita por qualquer um que esteja disposto a correr tal risco.

    Super beijos,

    Depois voltamos a prosear mais.

    Saudades sempre!

    Lu

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  6. Pelo Marcio, de novo:

    "Que arte, Lou? Que cultura? Só se for de masssas...

    E "quem lê tanta notícia?", dizia o Caetano.

    O internauta é analfabeto, só lê manchetes! Quem leu este texto aqui, por exemplo? Quem se proncunciou?

    Que liberdade é essa, eu pergunto, se só mudaram os mandantes, mas seguem os domínios?

    Não há espaço para proposições críticas, isso não é novidade. É mais do mesmo.

    Então de que revoluções estamos falando?

    Leia isto e veja que interesses estão em jogo:

    http://exame.abril.com.br/tecnologia/facebook/noticias/ex-porta-voz-da-casa-branca-dirigira-comunicacao-do-facebook--2

    http://exame.abril.com.br/tecnologia/facebook/noticias/facebook-vai-pagar-para-quem-assistir-a-publicidade

    Marcio"

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  7. Marcio,

    as pessoas não se pronunciam aqui porque não gostam mesmo de comentar nos meus blogs. Ficam constrangidos, sei lá.

    Mas cultura, querido amigo, é feita é pelas massas. Ou estou enganada? Ou apenas a elite que estuda em Harvard faz cultura?

    Sinceramente, não entendi.

    Beij]ão!!!

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  8. "A cultura faz o homem, Lou, não o contrário.

    E agora sou eu quem se sente constrangido e portanto prefere não dizer (a quem já sabe) o que é cultura de massas.

    Marcio."

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  9. Marcio, há um equívoco aí. Somos agentes e objetos ao mesmo tempo no processo histórico e cultural. Você, infelizmente, só está enxergando um lado da via. Mas não é bem assim. Basta olhar em Hegel, por exemplo, em que a questão história é muito bem analisada.
    Ao mesmo tempo que fazemos a história somos também moldados por ela. Mas é um processo dinâmico - somos sujeitos e objetos concomitantemente.

    A cultura de massa é feita pela sociedade como essa mesma cultura também é agente de manipulação da própria massa. Como se o sujeito manipulasse e fosse manipulado ao mesmo tempo e é isso que ocorre. Muitas vezes até de modo inconsciente. Aliás, na maioria das vezes de modo inconsciente.

    Mas temos nossa parcela de ação nisso tudo. Não somos só essa massa de manobra como quer enxergar.

    É uma discussão muito longA, pois entra todo o conceito de dialética de Hegel - tese, antítese, síntese - que constrói a história e depois começam os processos de desconstrução, primeiro na esfera psíquica e pessoal e depois vai abrangendo um contexto mais social até culminar nas civilizações. É uma discussão linda. Aliás, como tudo que envolve História e Filosofia.

    Mas, atento para o seu discernimento de que absolutamente tudo nessa vida apresenta vários prismas de estudo. Nâo enxergue apenas a versão dos dominadores ou a dos dominados.

    Naõ é por acaso que chamo a vida de 'caleidoscópio', pois é exatamente assim que a enxergo. Se quisesse defender o conceito de cultura de massas, bastaria a mim agora usar outros argumentos que também são válidos.

    Então, Lord, a verdade não há... Por isso, me apego tanto à poesia, pois todas as teorias da ciência são falíveis, só através da poesia vislumbro eternidade...

    Beijo grande!!!

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  10. "Lou:

    Referia-me ao impacto do conceito de cultura sobre o conceito de homem. O homem, tal qual o concebemos não existe ou, em outras palavras: é, ele mesmo, um produto cultural.

    Mas "não quero lhe falar das coisas que aprendi nos livros"...

    Até porque os livros estão obsoletos, não é mesmo? Agora estamos todos enredados!! O que é o máximo, todos pensam: "a gente foi longe..."

    Sinceramente? Não curto (nem no Facebook) essa viagem!

    Uma coisa é enxergar só um lado. Outra é tomar um lado e enxergar ainda os demais.

    Tudo pode ser nada e nada pode ser tudo, sabemos. Teorias provam qualquer coisa.

    Mas atenção ao relativismo excessivo, pois também é radical!"

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  11. Lou, eu estava olhando os comentários do blog do Conde Vlad a respeito de Sakura Red... Vi o teu comentário e vim dar uma espiada, olhei tudo e me chamou a atenção a imagem que remete a personagem Dorian Gray de Oscar Wilde, mas o teu texto me sacudiu, eu vivo só, das 7hs até as 21hs fico sozinha de 2ª a 6ª e sábado até as 18hs, poderia sair para me integrar com a vizinhança, mas te digo, já tentei, confesso que receitas, vida cotidiana de donas de casa, filhos e vida alheia não me apetece, ainda bem que existem redes sociais! Não me sinto isolada, conheci pessoalmente muitos amigos feitos por aqui, marcamos passeios, saímos para dar continuidade a assuntos que mantemos por aqui, que são muito mais calorosos do que se fosse fragmentado nos encontros possíveis de serem reais. Aqui o contato é praticamente diário, trocamos e-mails, comentários, conversamos no MSN, as vezes ao telefone... Reais acontecem quando é possível e mesmo isto se deve ao agito da vida contemporânea.

    Adorei este post, não que não tenha gostado dos demais, mas este chacoalhou alguma coisa aqui dentro.

    Parabéns!!!

    Beijos e ótimo fim de semana!

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  12. Dorei,

    agradeço seu depoimento, pois ele ilustra bem o que acredito, pois é exatamente assim comigo. Pessoas próximas a mim não apresentam o tesão pelas artes e cultura como eu. Apenas nas redes consigo conVersar da forma que necessito. É fato. É essência.

    Ontem voltei pra casa pensando: enxergo o copo sempre 'meio cheio', ainda que só reste dentro dele uma gota de água suja e putrefata se essa gota que pode me manter viva; plenamente viva.

    Obrigada!Beijos! Tenha um lindo fim de semana!



    Lord,

    não quero falar de livros ou discos, apenas do sentimento poético que me move...

    Amo você! E o admiro muito!

    Beijo imenso!


    Lu

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  13. Li aqui, Lou, mas comentei no outro post.

    Beijos!

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