Há certo tempo, li uma reportagem na Veja (eu sei, o foda-se é meu... é que tenho mania de ler tudo que cai na minha mão, até o que não presta) , que não apenas desmistificava o “Che” como arruinava sua reputação, ao enfatizar o seu caráter ambíguo, sanguinário e cruel.
O autor da reportagem de quem não recordo o nome (mas é só pesquisar no google) afirmava, categoricamente, em quase seis páginas ou mais que Ernesto “Che” Guevara foi muito mais um bandido do que um herói.
Eu, para ser bastante sincera, depois da Queda do Muro de Berlim em 1989, fiquei bastante desmotivada com o ideal socialista. A prática desse paradigma sócio-econômico e político foram desastrosos, praticamente arruinando a economia e a sociedade de inúmeros países,sobretudo da Europa Oriental, pois foi um sistema de governo que também se valeu da força bruta para se impor – a PRIMAVERA DE PRAGA de 1968, por exemplo - , fora as cabeças que rolaram e os “pobres coitados” que tentaram resistir e foram parar no PAREDÃO, não do BBB, mas para serem sumariamente metralhados mesmo.
Então, por esses e outros motivos nunca fui uma fervorosa defensora do socialismo, da mesma forma que não consigo ser uma defensora do Sistema Capitalista de Produção.
No meu entendimento, deveria haver um meio-termo de equilíbrio dinâmico em que as melhores características dos dois sistemas pudessem se equalizar, harmonizando-se a fim de se alcançar o bem-comum em que toda a sociedade pudesse se beneficiar social, econômica, política e culturalmente.
Aposto que muitos, neste momento, devem ter se lembrado da bela e atroz palavra UTOPIA. Inclusive um japoneis pensador, muito meu amigo, adora empregar essa palavra. Um dia disse-me que “utopia é o mesmo que imaginário”, como algo absolutamente impossível e inalcançável.
Aprendi outro conceito para UTOPIA: é simplesmente algo que agora, neste exato momento histórico, não é possível realizar, mas nada impede que a evolução social, cultural, histórica e até mesmo humana ( intelectual, emocional e espiritual ) de cada indivíduo não possa levar à sua concretização.
Havia um filósofo que dizia, esqueci-me do seu nome, que não há nada impossível; tudo é uma mera questão de tempo... A minha intuição me diz prá acreditar nesse cara. Ele sabe das coisas.
Bom, mas voltando ao “Che”, sempre fui mais fã da sua aparência física do que de seus ideais socialistas de sociedade igualitária, mesmo porque sempre desconfio dessa palavrinha maldita: igualdade.
Como construir uma sociedade igualitária se esta é formada por indivíduos tão singulares e díspares em seus desejos, objetivos, metas e sentimentos? Isso, sim, parece-me uma utopia naquele sentido de inatingível.
Mas, quem há de saber, se em algum dia longínquo o ser humano esteja tão evoluído espiritual e emocionalmente que nem sequer precisará de leis normativas escritas em Códigos para que não estrangulemos uns aos outros.
Na verdade, acredito e almejo a AUTOGESTÃO, mesmo sabendo que talvez nem o meu tataraneto possa vivenciá-la. Mas, talvez, o tataraneto do meu tataraneto consiga atingir essa evolução extrema do ser humano em que a CONSCIÊNCIA DE UNICIDADE seja tão abrangente e profunda que estará arraigada nos genes dos futuros cidadãos.
A VIDA É SONHO! Há até um filme com esse nome, não é mesmo? E também outro, se não me engano, que destaca a IIª Guerra Mundial sob a ótica de um menino e até ganhou o Oscar- A VIDA É BELA! -. Se o filósofo Márcio Andrade,professor universitário, ler isso, deve estar pensando: “Que cinéfila de araque é essa!!! Não sabe direito o nome dos filmes e nem os associa aos seus cineastas...” Fui caí na tentação de dizer prá ele que eu sou uma “cinéfila”. Que judiação!!! Sei que não precisaria contar nada disso; bastaria dar uma “googada” em tudo e pronto, passaria a imagem de uma profunda conhecedora do que quer que seja. Ah, mas essa minha sinceridade de leoa no cio me impede de cometer tal ilicitude. Prefiro assumir minha ignorância e me abrir ao aprendizado que, aliás, é tudo que mais anseio neste momento da minha vida: aprender, aprender, aprender... e aprender.
E, por falar em aprender, voltando ao “Che”; gente, que homem mais sarado aquele! E delicioso! Só de olhar suas fotos estampadas em camisetas, chaveiros, bonés, calcinhas e cuecas (nem sei se existem, ainda não tive a oportunidade de trombar com nenhum por aí, seja calcinha ou cueca), já valem por toda a ideologia perdida...
“Che”: herói ou bandido?
Sei lá!!! Cada um que dê sua “googada” e vá procurar se informar.
Só sei que ele expira sensualidade e virilidade por todos os poros, pelo menos nas fotos, fazendo-me crer, acima de todas as ideologias, que foi um homem bem gostoso... Jesus, me abana!!!
Vem, guerrilheiro, se esconder na minha “trincheira” que eu te protejo de qualquer FBI... e CIA.