" (...)
Cantando amor, os poetas na noite
Repensam a tarefa de pensar o mundo.
E podeis crer que há muito mais vigor
No lirismo aparente
No amante Fazedor da palavra

Do que na mão que esmaga."

Hilda Hilst

Se gostou, volte sempre!!!!

sábado, 27 de fevereiro de 2010

QUEM É LOU ALBERGARIA?


Sou aquela que ama Janis Joplin e Elis
com a mesma paixão e intensidade.
Jim Morrison e Almir Sater
Led Zeppelin e Clube da Esquina
Bob Dylan, Raulzito, Cássia Eller e Cazuza
Renato Teixeira e Paula Fernandes
Elvis e Renato Russo
BB King e Tim Maia
Madonna e Inezita Barroso
Nina Simone, Gal, Joan Baez
Zeca Baleiro e Bono Vox.

A Tropicália e Os Novos Baianos
que hoje desfilam em seus Mercedes Benz conversíveis.

Sou Nova York e Ponte Nova.

Sou o Mundo e Minas é meu Mundo.

Sou a melodia suave da flauta doce
E o solo de guitarra exterminador de Angus Young e Jimi Hendrix.

Leio Proust, Nietzsche, Manoel de Barros, Cecília , Kant......


Só não aprendi a ler ainda Avencas e Ayahuasca.


Amo o senso de justiça do Batman
Mas sinto-me profundamente atraída
Pela sordidez e sarcasmo do Coringa.

Sou o yin e o Yang ao mesmo tempo;
O espinho e o pólen que fertiliza o inseto.

Mocinha e Bandida
O herói e o vilão
O certo e o errado
O medo e a coragem.

Sou sentimento e pensamento
Cérebro e clitóris.

Gozo, logo existo!

Sou um mistério, um enigma
Talvez uma mentira
Um abacate com pimenta na casca de um ovo.

Choro, amo, peco
sem medo da punição.

Sou uma caixa de chocolates fechada
Intocada
Nunca se sabe o que se vai encontrar...
pode estar cheia ou vazia
e não se sabe de quê;
talvez bombons de brigadeiro e cereja
mas também os de amarula
Ou tequila ardente
que desce queimando
rasgando a hipocrisia do ventre.
Ou talvez guarde simples bijuterias indianas
para ornamentarem meus vestidos
que se arrastam pelo chão.

O que sou não pode ser expresso em palavras...
não caberia no dicionário;
fora as palavras que ainda nem foram inventadas.

Posso ser um sonho dentro do pesadelo
ou um pesadelo dentro do sonho;
Nunca sei quando estou acordada
Ou em estado de sono profundo.

Um cérebro amotinado, confinado
dentro de uma vagina,
armando a guerrilha contra os covardes.

Ou sou a própria covardia
Ao me esconder em metáforas.

Careço de solidão mais do que o ar que respiro.
Gosto de gente por perto, mas não por muito tempo.

Amo os espaços vazios que me preenchem
ampliam
condensam
em caixas difusas
atrevidas, trincadas
comovidas.

Sou uma personagem do Caos;
e mais ainda do meu caos interior.

Meu Deus não precisa de dinheiro para viver.

Creio somente no DEUS que está dentro de mim, de você
da árvore, do lagarto;
Dentro da lesma que sobe a parede
e é devorada pelo bem-te-vi
que depois defeca na grama
e dali nasce uma flor.

O DEUS que está na matéria-prima das grandes obras da humanidade,
e também no gosto e atração pela sacanagem.

Sou uma invenção que não pode ser teleguiada:
o chip que queriam me implantar
a ANARQUIA retirou faz tempo.

Não sou escrava do consumo.

Tudo que mais amo na vida cabe apenas dentro de mim.
Não há necessidade de sacolas, malas nem baús para carregar.
Não preciso de rodas de liga leve para me movimentar no Mundo;
Apenas um papel em branco
E um grafite mal apontado.

Zaratustra e Madre Teresa
ocupam a mesma ausência de mim.
Schopenhauer e Irmã Dulce
Betinho e Luther King
Nada preenche os meus ermos...

Calcutá e Salvador
A mesma pobreza e exuberância que as unem também me sintetizam.

Que pergunta é essa, cuja resposta nunca se sacia?!!!

Sou das montanhas!

Minha cabeça toca o céu
E meus PES Não se prendem a nenhum chão.
Não tenho folhagens imensas a bailar no vento
nem raízes que retiram a água da terra para viver.

A água que me sacia vem somente da chuva
E é da saliva dos que cruzam meu caminho
a seiva que me nutre.

Não sou alguém
Nem ninguém.

Fora da Caverna não há medo, dor ou escuridão;
apenas dúvidas, desejos, amor...
Os raios do sol batendo direto na cara
sem máscaras de proteção.
A busca de paz e unicidade:
Se você se corta
Sinto sua dor.

Se a árvore é violentada por uma motosserra
também sinto-me violada
Estuprada em meus Princípios e Ética.

Luz ilumina e também queima!

A ignorância de certa forma protege o ser humano da dor.

É muito menos devastador e mais anestesiante dizer AMÉM
e venerar o deus exposto no altar-mor
e nas palavras mortas
de um livro montado para manipular
E manter os cordeiros escravos
do medo, da ideia de pecado e da culpa.

O DEUS da UNICIDADE
ao contrário
é a integração absoluta de todos os seres e matéria da Natureza e do Universo
O respeito profundo pela sacralidade da Vida e da Morte.

Esse DEUS não está morto
porque nem sequer ainda nasceu.

É apenas semente dentro de alguns poucos embriões...

AMO A UTOPIA ACIMA DE TODAS AS COISAS...

E o amor, a liberdade, o tesão
O respeito e a humildade;

As divergências de ideias me alimentam
e expandem.

Não almejo impor “verdades”; uma vez que não as possuo.

Acredito também que o Ser Humano NASCE PARA VIVER E SER FELIZ
e não para morrer de medo de si mesmo, de seus impulsos e desejos
fluidos que escorrem de seu corpo
anunciando o prazer de estar vivo de verdade
sem a necessidade de tantas muletas e cabrestos.

Não sou porra nenhuma!!!

E amo que seja assim...
Verdadeiramente
Sou apenas uma poeira no vento.

Não se preocupe tanto em saber quem sou,
pois é bem provável que eu nem sequer exista.
Só estou de passagem por aqui;
apenas isso e mais nada.
Uma estrela que vemos quando olhamos para o céu
Mas que há muitos anos-luz já está morta.

O Muro não é somente alto demais
É intransponível...

Todas as estrelas que morrem vão para o buraco negro do universo.

Se quiser me encontrar
terá de ter coragem para ir ao fundo do poço
cavar mais um pouco
Até chegar às trevas...

Sou Drummond ao cantar
A canção de ninar que faz acordar os homens
e adormecer as crianças...

Todos os meus heróis morreram de overdose
Sífilis, tuberculose, AIDS
Ou fazendo sessão de hemodiálise...

Seus corpos gelados
Corredores frios
Vozes cansadas
de tanto tentarem ser ouvidas
e ninguém escutar;
Não conseguirem compreender
a essência do tumor que corrói
toda forma do Viver, Brincar e Amar...

“Quem ama exerce DEUS!”
Então, se Deus porventura estiver morto,
volte a amar e ressuscita-o
e, de quebra,
Ressuscite a si mesmo também...


LOU

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